domingo, 28 de novembro de 2010

NÃO ADIANTE FORMAR UM HOMEM INTELECTUALMENTE E NÃO FORMÁ-LO MORALMENTE

De fato houve uma mudança na conjuntura sócio-política e econômica brasileira na última década, no entanto, nós estamos assistindo um crescimento manco desse país, quando muitas mazelas que afetam a sociedade brasileira persistem em seu ceio. Os paliativos políticos, como o próprio nome diz são somente paliativos. Não atingem o foco principal dessa doença social que acomete esse país desde os seus primórdios. No princípio tudo teria sido mais simples, como naturalmente é quando um médico detecta uma doença em um paciente, diagnóstica, faz o tratamento e logo comabate o mal. Pois bem, há quase quinhentos anos esse mal social se instalou nas entranhas do Brasil, foi tomando corpo, foi cronificando-se, os vírus, bactérias, fungus e toda espécie de ecto e endoparasitas foram com o seu poder devastador ocupando esse corpo em todas as direções, em todas as latitudes e longitudes deixando suas marcas.
Muitos foram os especialistas que se prontificaram a debelar com essas mazelas que aos poucos destruía esse corpo. Alguns ficaram conhecidos em seus anais, de Cabral a Deodoro, de Deodoro a Lula. Aliás, assim como existem aqueles profissionais da medicina que conseguem agravar mais a situação de um paciente, o mesmo ocorreu com Brasil, não há como esquecer a ditadura de Vargas, o período ediondo marcado pelos militares que perdurou de 1964 a 1985.
Mas esse corpo tem em seu DNA muito dos seus primeiros habitantes, que alguém uma dia resolveu chamar de índios, como também da gente vinda da África, que dispensa comentário quando o assunto é trabalho e resistência, tal qual essa gente esse país se fez resistente e não pendeu perante esse depredadores sociais que ao longo de séculos se apossaram desse país.
Quando muitos já se davam por vencido, eis que surge a figura do "curandeiro social", um homem que não era especialista nesses assuntos de política, que não conhecia Harwarde, Cambridge, Sorbone. Conhecia o SENAI-Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, escola criada para os desvalidos da sorte, foi nessa escola que esse cabolclo estudou, muito bem, ele conseguiu reanimar o paciente que agonizava a quase quinhentos anos e em sua reanimação ele percebe que foi medicado de forma errada durante todo esse tempo, não mais admitindo ser tratado por essa gente em hipótese nenhuma.
O tratamento precisa continuar para que os vetores desses males não mais sobrevivam nesse país. Necessário se faz que a revolução social aconteça em sua completude, e não somente  a econômica. Entendo que esse processo deve ter sua origem na educação, não há outro caminho mais sólido a não ser o da educação.
O quadro educaional do Brasil hoje não é dos mais animadores, existe uma falácia escondida atrás de números totalmente duvidosos, são índices que não revelam a verdadeira situação da educação brasileira. Ainda tem muita gente em todas as faixas etárias fora da sala de aula, os cursos de graduação e pós graduação feitos e ofertados no atacado sem a menor qualidade ajudam a escamutear a realidade do ensino superior.
A legislação de ensino por sua vez, não tem acompanhado a dinâmica da sociedade, legislação essa que foi construída por pessoas aversas a educação. Falando em aversão a LDB, boa parte dos professores hoje também nao a conhecem, de forma que se faz necessário um debate amplo, sensato e acima de tudo feito por pessoas que lidem com o processo educacional, especialmente aqueles que estão em sala de aula enfrentando toda sorte de problemas. Enquanto esses debates acontecerem nas secretarias de educação municipal, estadual e no MEC nada irá mudar, porque tudo acontece nas Escolas.

sábado, 20 de novembro de 2010

Remédios são enterrados em Rorainópolis



   Naira Sousa

Foto:  Divulgação

Material foi encontrado enterrado no Município de Rorainópolis, no sul do Estado, na sexta-feira
Duas toneladas de medicamentos e lixo hospitalar foram enterradas, na quinta-feira passada, em um buraco de aproximadamente três metros de profundidade, no aterro sanitário do Município de Rorainópolis, no sul do estado. Um perito da Polícia Civil de Boa Vista se deslocou ontem ao local e, após escavação, foi comprovada a denúncia feita à Câmara dos Vereadores de Rorainópolis, que por sua vez repassou ao Ministério Público Estadual (MPE), que entregou o caso à Polícia Civil.  

Conforme o delegado Marcelo Renault, será instaurado um inquérito para apurar quem foi o responsável por enterrar os medicamentos e material hospitalar. Se descoberto, o responsável irá responder por crime ambiental e contra a saúde pública. 

O aterro fica na sede do município, quase 2 km da área urbana e menos de 200 metros das residências de moradores rurais. O vereador Ezequias Feitosa acompanhou todo o desfecho, inclusive quando o buraco foi aberto pelos peritos. Ele afirmou que, além do lixo hospitalar, como seringas, gaze e tubo de coleta de sangue, havia medicamentos vencidos e outros encaixados dentro do prazo de validade e que venceriam só em 2013. 

O delegado descarta a prisão em flagrante de alguém. “Logo após a denúncia, solicitamos da prefeitura a máquina para escavar o local. Na manhã de ontem [quinta-feira] o perito da Polícia Civil da capital veio para confirmar se os produtos eram de cunho hospitalar. O trabalho começou logo nas primeiras horas e terminou por volta das 12h. As investigações vão ser feitas e quem cometeu esses crimes irá responder, pois colocou em risco a vida dos moradores”, disse Renault.   

O Ministério Público Estadual orientou o Legislativo municipal a registrar o Boletim de Ocorrência. “No primeiro momento, os procedimentos foram seguidos. Agora não se sabe quem enterrou os medicamentos, principalmente os que ainda estão no prazo de validade. O MPE já encaminhou todo o procedimento à Polícia Civil, que irá tomar todas as medidas cabíveis para punir os envolvidos”, disse o promotor de justiça Eduardo Dias, que acompanhou todo o processo.

As primeiras escavações foram feitas com ferramentas pequenas. “Para mexer no local tivemos que procurar primeiro as autoridades responsáveis em fiscalizar esse tipo de crime”, enfatizou o vereador Juaresmar Pessoa.


Denúncia chegou primeiro à Câmara 

O vereador Ayrton Sousa disse à Folha que a denúncia sobre o material enterrado chegou à Câmara dos Vereadores de Rorainópolis. A reclamação foi feita por uma pessoa que afirma ter participado do descarte e, não conformada com a quantidade de medicamentos enterrados, decidiu procurar as autoridades.

Os medicamentos e o lixo hospitalar foram enterrados na noite de quinta-feira, 11. No dia seguinte, essa pessoa procurou os vereadores para fazer a denúncia. “Segundo ele, os produtos foram levados em um caminhão 3/4 cheio, que suporta quatro toneladas. O buraco foi feito por uma retroescavadeira”, relatou Sousa. 

Na quarta-feira, 17, após o final de semana e o feriado da Proclamação da República, em uma sessão, os vereadores decidiram ir ao aterro. Chegando lá constataram que o barro do terreno estava mexido. Então os vereadores resolveram fazer a escavação.

O buraco media em torno de 1,5m de largura com três de profundidade. “Após tirar o barro, chegando a quase 1,6m encontramos o lixo hospitalar e alguns frascos de medicamentos. Como não tínhamos material para continuar, já que estávamos correndo o risco, pois havia seringas usadas, resolvemos parar”, relatou.

Com fotos do local, os vereadores se deslocaram até o Ministério Público Estadual (MPE) para formalizar a denúncia. “Só assim poderíamos conseguir uma máquina adequada para continuar cavando. Foi aí que, junto com o MPE e a Polícia Civil, fizemos o pedido à prefeitura para ceder a retroescavadeira”, disse Sousa.     


Município e Estado negam envolvimento 

Em Rorainópolis, existem duas unidades de saúde: uma municipal e outra estadual. Porém, os diretores afirmaram que tanto os medicamentos como o lixo hospitalar não pertenciam a nenhuma das unidades.

A assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal de Rorainópolis informou à Folha que os medicamentos e o lixo hospitalar encontrado no aterro sanitário não pertenciam ao Posto de Saúde Municipal. “O lixo é recolhido de três a três meses e é encaminhado para Boa Vista, onde é feita a incineração, pois o município não tem estrutura para isso”, disse.

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) também descartou a possibilidade de os produtos pertencerem ao Hospital Geral de Rorainópolis, mas informou que vai aguardar o resultado final das investigações. “A demanda no município é alta, por isso não sobram medicamentos”, afirmou a assessoria.     

A Sesau disse ainda que a coleta e o destino dos lixos hospitalares são de responsabilidade dos municípios, conforme Resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) 237/97. Enquanto a localidade não dispõe de um aterro sanitário, o lixo hospitalar é armazenado em sacos plásticos e colocado numa área específica e isolada, ao lado da unidade hospitalar. Todo o material deve ser coletado pelo município.

A Sesau afirmou que já adquiriu contêineres de armazenamento para resíduos sólidos de saúde e até o final deste mês serão entregues às unidades de saúde vinculadas. “No projeto de conclusão das obras do Hospital Geral de Rorainópolis está prevista a construção de espaço para queima em incinerador, atendendo às normas de vigilância”, encerra a nota. 



Caso semelhante ocorreu em Boa Vista

No início do mês de setembro deste ano, um caso semelhante aconteceu em Boa Vista, quando um suposto esquema que envolvia superfaturamento e desperdício de medicamentos dentro da Dadimed (Divisão de Administração e Distribuição de Medicamentos), vinculada à Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), foi investigada pelas polícias Federal e Civil.   

Os medicamentos, após terem o prazo de validade expirado e outros ainda dentro do prazo, forma descartados no aterro sanitário de Boa Vista. O caso foi denunciado por um funcionário que trabalhava em uma empresa privada que, por sua vez, prestava serviço à Dadimed. 

O denunciante reuniu ao longo de dois meses farto material que inclui documentos, fotografias e vídeos que comprovariam as irregularidades. Na época, a Folha teve acesso a toda essa documentação que fora entregue à polícia.   

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Senador denuncia irregularidades no Fundeb

ÉLISSAN PAULA RODRIGUES

O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB) ingressou na semana passada junto ao Tribunal de Contas do Estado de Roraima (TCE) com uma denúncia de irregularidade e pedido de fiscalização no tocante à administração e execução dos recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação). A Folha apurou que o documento foi recebido e remetido para o conselheiro  Reinado Neves, relator do caso.

Em entrevista à Folha, Mozarildo explicou que a representação é fruto de denúncias populares. “Pesquisamos e documentados fartamente por meio de demonstrativos financeiros, ofícios e planilhas para comprovar que a movimentação da conta do Fundeb tem um saldo negativo. Em outras palavras, há nítidas evidências de desvio de dinheiro do Fundo, portanto pedi ao TCE para examinar”, frisou.

Um dos dados apresentados pela denúncia diz respeito à receita estimada do Fundeb para este ano, que, conforme o site do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, seria de R$ 236.544.044,39 e em agosto deste ano, já teria sido ultrapassada em sua totalidade. De acordo com os números apresentados pelo senador, o valor empenhado até 31 de agosto deste ano seria de R$ 259.735.319,10. Já as notas de crédito até a mesma data seriam de R$ 7.184.617,85, e os restos a pagar já quitados contabilizariam R$ 9.724.781,22. Fazendo um cálculo simples, Mozarildo chegou ao saldo negativo de R$ 40.100.673,90.

Outro argumento usado pelo parlamentar é de que o valor previsto é inferior ao autorizado pelo FNDE em mais de R$ 94 milhões, o que significaria uma falha no planejamento do estado. Na avaliação de Mozarildo, o estado teria iniciado com uma previsão irreal de recursos.

Com relação aos valores informados de restos a pagar, o parlamentar pede a confirmação do pagamento no presente exercício e ressalta a ilegalidade de quitação de débitos de exercícios anteriores no orçamento vigente.

A representação elaborada pelo senador faz várias comparações entre as receitas estimadas e a execução orçamentária na tentativa de comprovar o déficit de recursos oriundos do Fundo. Entre os fatos mais graves apresentados pelo parlamentar está a publicação, em um Diário Oficial de julho do ano passado, da demonstração de saldo financeiro negativo do Fundeb no montante de R$ 13.533.345,52.

Ele pede a determinação de uma auditoria nas prestações de contas e a comunicação imediata do Ministério Público Estadual, no caso da comprovação das irregularidades. Além da verificação da existência de divergência nos gerenciais do Fundeb e relatórios da Lei de Responsabilidade Fiscal publicados periodicamente, para que sejam confrontados com os dados lançados no Portal da Transparência e balancetes contábeis mensais.



                                Procuradoria Geral da República recebeu denúncia esta semana


 O Ministério Público Federal também recebeu os documentos e deverá investigar o caso

No documento endereçado ao procurador-geral da República, Roberto Monteiro Gurgel Santos, no último dia 10, Mozarildo Cavalcanti anexou a representação enviada ao Tribunal de Contas de Roraima (TCE) e afirmou ter encontrado irregularidades nas prestações de contas do governo do estado com relação à administração e execução dos recursos do Fundeb.

Ele alega que, como os recursos são de origem federal e estão sujeitos a controle e fiscalização do Ministério Público Federal, deve ingressar com o mesmo pedido junto ao Tribunal de Contas da União e reafirma possuir denso material comprobatório de graves irregularidades no trato com a coisa pública. Mozarildo pede que a denúncia seja averiguada, com a auditoria do percentual e aplicação dos recursos do Fundo para o Exercício deste ano, e a apuração da divergência da contabilização dos recursos, verificação de possíveis anulações de empenho de despesas já contraídas pelo estado.

Mozarildo pede ainda o afastamento e até a prisão do governador Anchieta Júnior por crime de responsabilidade, além da solicitação de indisponibilidade dos bens dos envolvidos nas supostas irregularidades, a fim de garantir a reparação de possíveis danos ao erário público. A responsabilização pedida pelo parlamentar alcança ainda outras autoridades responsáveis pela gestão dos recursos, com aplicação de sanções cabíveis pela má gestão dos recursos públicos e por atos de improbidade administrativa.

OUTRO LADO – O secretário de Comunicação do governo, Rui Figueiredo, disse em entrevista à Folha que o estado ainda não foi oficiado com relação à representação e classificou a denúncia do senador como uma “questão política e eleitoral”. “O senador Mozarildo virou algoz do governo. O mandato dele está sendo dedicado a fazer críticas ao Governo de Roraima, que é a terra dele, e não a buscar meios para fazer com que o estado gere empregos e produza riquezas”, comentou.


 FONTE: Folhabv

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

VISTA PANORÂMICA DE BOA VISTA-RORAIMA

ABORDAGEM CRÍTICA A CERCA DA EVASÃO ESCOLAR NA ESCOLA ESTADUAL LUIZ RIBEIRO DE LIMA

ABORDAGEM CRÍTICA A CERCA DA EVASÃO ESCOLAR NA ESCOLA ESTADUAL LUIZ RIBEIRO DE LIMA
Carlos Alberto Vieira Marques[1]
José Gomes da Silva[2]

RESUMO:
Este artigo tem por objetivo apresentar princípios teóricos e experimentais que incidem direta ou indiretamente na dura realidade educacional brasileira, em especial a “Evasão Escolar na Educação de Jovens e Adultos, da escola Estadual Luiz Ribeiro de Lima no ano de 2006”, se justifica pelo alto índice de evasão dos alunos da EJA, bem como, pelas angústias dos profissionais desta Instituição em querer e não poder, acompanhar os desafios apresentados pelo sistema educacional e do mercado de trabalho direcionado ao jovem e adulto trabalhador, tendo em vista sua condição de excluído por parte das políticas públicas educacionais.

PALAVRAS-CHAVE
Escola. Comunidade. Desafio. Jovem e Adulto.

ABSTRACT :
This paper has for objective to present theoretical and experimental principles that happen directly or indirectly in the hard Brazilian educational reality, in special the “Pertaining to school Evasion in the Education of Young and Adults of the State school Luiz Ribeiro de Lima in the year of 2006”, if it justifies for the high index of evasion of the pupils of the EJA, as well, as you distress for them of the professionals of this Institution in wanting and not being able, to follow the challenges presented for the educational system and of the market of work directed to the young e adult worker, in view of its excluded condition of on the part of educational the public politics.

KEYWORDS
School. Community. Challenge.Young and Adult.

INTRODUÇÃO

A educação sistematizada exige esforço, mobilização, organização e capacitação daqueles que se propõem a articular os saberes nos aspectos: humano, técnico e político-social. Nesse sentido, se entende que a educação não pode estar desvinculada da sociedade e da política, pois em si ela é prática e política, a qual está intrínseca à prática educativa.
 Considerando-se que a sociedade se transforma passo a passo através de propostas populares, de discussões feitas nos sindicatos, nas igrejas, nas comunidades e também pelos conhecimentos adquiridos e construídos nas escolas, deste modo, o jovem e o adulto trabalhadores, oriundos das classes populares, tem sua própria representação de mundo, seu próprio jeito de conhecer as coisas, e de lutar para satisfazer suas necessidades básicas.
A relevância deste trabalho está voltada na possibilidade de desenvolver uma reflexão acerca da evasão escolar e da prática dos profissionais da EJA, para que somado aos resultados de pesquisas, traga contribuição no que tange à formação de outros docentes que deverão atuar na EJA e até mesmo na formação continuada dos que já estão no exercício nesta modalidade de ensino.
O objetivo da pesquisa foi analisar  a evasão escolar, suas causas e conseqüências, bem como a relação existente entre a teoria e a prática do professor que ministra aulas para jovens e adultos trabalhadores. Para tanto se concebeu reflexões no âmbito escolar  para  propor contribuições na melhoria da prática pedagógica dos professores que atuam nesta modalidade de ensino numa perspectiva de   superar a evasão  escolar.


A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL: REDEFININDO IDENTIDADES.
Embora a história da educação brasileira registre numerosas e criativas experiências de educação não-formal, envolvendo práticas de animação cultural, formação política, qualificação para o trabalho e para a geração de renda, os desafios da alfabetização e elevação de escolaridade, tendem a ocupar o centro do debate público atual a respeito da escolaridade de jovens e adultos no Brasil relegando a um plano secundário, outras dimensões igualmente relevantes da educação popular.
 A prioridade conferida à escolarização pode ser atribuída ao fato da Constituição Federal de 1988 assegurar o ensino fundamental público e gratuito em qualquer idade, inscrevendo a educação de jovens e adultos no rol dos direitos da cidadania. Frente ao mundo inter-relacionado, desigual e inseguro do presente, o novo paradigma da educação de jovens e adultos é consolidado na LDB 9394/96.
A aprendizagem ao longo da vida não só é um fator de desenvolvimento pessoal é um direito a cidadania  que parte de  uma responsabilidade coletiva, mas também uma condição de participação dos indivíduos na construção de sociedades mais solidárias, justas, democráticas, pacíficas, prósperas e sustentáveis. De acordo com Oliveira (2009) compreender o povo como sujeito político coletivo, decorre do entendimento de que o homem se define por seus intercâmbios sociais concretos, e que, esses intercâmbios se dão sob a forma de relações de classes.
A educação capaz de responder a esse desafio não é aquela voltada para as carências e o passado (tal qual a tradição do ensino supletivo), mas aquela que, reconhecendo nos jovens e adultos sujeitos plenos de direito e de cultura, onde se pergunta quais são suas necessidades de aprendizagem no presente, para que possam transformá-lo coletivamente. Para Freire (2002), o universo cultural, deve ser compreendido em sua relação dialética com o dominante e não simétrica.    
Em um país em que o acesso à educação é seletivo, guardando simetria com as profundas desigualdades geográficas e socioeconômicas, como é o caso do Brasil. A identidade político pedagógica da educação de jovens e adultos não foi construída com referência às características psicológicas ou cognitivas das etapas do ciclo de vida (juventude, maturidade, velhice), mas sim em torno de uma representação social enraizada, de um lado, no estigma que recai sobre os analfabetos nas sociedades letradas e, de outro, em uma relativa homogeneidade sociocultural dos educandos conferida pela condição de camponeses ou migrantes rurais, e trabalhadores de baixa qualificação pertencentes a estratos de escassos rendimentos.
Durante os oito anos da presidência de Fernando Henrique Cardoso, o governo federal conferiu lugar marginal à educação básica de jovens e adultos na hierarquia de prioridades da reforma e da política educacional fechou o único canal de diálogo então existente com a sociedade civil organizada: CNEJA - Comissão Nacional de Educação de Jovens e Adultos - e por meio do programa Alfabetização Solidários, remeteu para a esfera da filantropia parcela substancial da responsabilidade pública pelo enfrentamento do analfabetismo.
Criado como política governamental em parceria com empresas e instituições de ensino superior, o programa Alfabetização Solidária nasceu ligado à iniciativa da Comunidade Solidária da Presidência da República; posteriormente, criou uma sociedade civil sem fins lucrativos para “deslizar” da estrutura administrativa do Estado para a condição de organização não-governamental, com a qual sobreviveu após o término do mandato presidencial.
Os segmentos sociais politicamente influentes, como as confederações empresariais, as centrais sindicais e a articulação pela educação básica do campo[3] - encontraram brechas na orientação dominante e conquistaram a abertura, fora do âmbito do MEC - Ministério da Educação, de espaços para formação dos trabalhadores rurais e urbanos, nos programas de Educação na Reforma Agrária (vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário) e de Qualificação Profissional (coordenado pelo Ministério do Trabalho e Emprego).
Ainda que tenha renunciado à coordenação interministerial dos programas de educação de jovens e adultos, o MEC não abriu mão de instrumentos de controle e regulação nacionalmente centralizados: regularizou a coleta e divulgação de estatísticas educacionais, criou exames de certificação (Exame Nacional de Certificação de Competências para Jovens e Adultos), instituiu referenciais curriculares, formulou programa de formação (Parâmetros em Ação) e subsidiou a produção de materiais didáticos (Coleção Viver, Aprender). Só tiveram acesso aos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação os Estados e municípios que aderiram a essa proposta político-pedagógico.
Empossado em 2003, o governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva operou inicialmente uma mudança discursiva, em que a alfabetização de jovens e adultos passou a ser mencionada no rol de prioridades governamentais, ao lado de programas emergenciais de alívio da pobreza, como o Fome Zero. Contando com recursos orçamentários limitados e operando com um conceito estreito de alfabetização, a Secretaria Extraordinária de Erradicação do Analfabetismo lançou o programa Brasil Alfabetizado, desenvolvido de modo descentralizado pelos estados, municípios e organizações sociais que a ele aderiram[4].
Para legitimá-lo, foi convocada uma comissão nacional de caráter consultivo, com participação de representantes da sociedade civil, reabrindo-se assim o diálogo interrompido na década anterior. Dentre os aspectos polêmicos do Programa, destaca-se o desenho assemelhado às campanhas de alfabetização do passado, como a curta duração do módulo de ensino e aprendizagem, ausência de instrumentos de acompanhamento e avaliação, improvisação de alfabetizadores com nenhuma ou escassa formação pedagógica, falta de mecanismos que assegurem aos alfabetizandos a continuidade de estudos e consolidação das aprendizagens.
Se a mudança do discurso teve repercussão positiva no posicionamento da educação de jovens e adultos na agenda política e na cena cultural, a manutenção do sistema de financiamento da educação criado pelo governo anterior limitou seu impacto, restrito também pela dissociação, no interior do próprio MEC, dos programas de alfabetização e de elevação de escolaridade de jovens e adultos.
O MEC ainda não foi capaz, porém, de recuperar a coordenação da política interministerial da formação de jovens e adultos, que continua dispersa não só nos ministérios do Trabalho e Emprego (gestor do Plano Nacional de Qualificação) e do Desenvolvimento Agrário (que coordena o PRONERA), mas agora também na recém-criada Secretaria Nacional de Juventude, responsável pelo Pró-Jovem, que sequer se identifica como um programa pertinente à modalidade. Também não superou o padrão assimétrico adotado pelas gestões anteriores, pelo qual o governo federal condiciona a cooperação técnica e financeira aos estados, municípios e organizações sociais à adesão incondicional a projetos previamente modelados.

A IDENTIDADE SOCIAL ESCOLAR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA ESCOLA LUIZ RIBEIRO DE LIMA

Para analisar  a realidade escolar, parte-se das necessidades  apresentadas no processo de  construção de um novo saber, o saber sistematizado que é produzido sob o rigor científico e que também deverá conduzir para novas ações e atitudes reflexivas. Se coloca desde muito cedo      os procedimentos metodológicos, por sua vez, são fundamentais para a realização de uma pesquisa, pois assim como a ciência não existe sem a pesquisa e esta não pode existir sem o método; pois como investigar sem ter um caminho a ser percorrido.
Segundo Lakatos (2001)  os métodos “constituem etapas concretas da investigação com finalidades mais restrita em termo de explicação geral dos fenômenos menos abstratos. Pressupõe uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão limitados a um domínio particular”. A abordagem da pesquisa é essencialmente qualitativa por:
 [...] Responder a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais com um nível de realidade que não pode ser quantificado, pois trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. (MINAYO, 2002:21).

Tratando-se de uma pesquisa social  fez-se uma  análise interpretativa das falas dos professores e alunos da escola em foco o que certamente imbricara  seus valores, suas crenças, seus anseios e também suas angústias. O número dos entrevistados da pesquisa compôs-se de 10 professores, 01 técnico e 10 alunos da EJA. Portanto o propósito desta pesquisa não era de apenas fazer registros das falas dos entrevistados, mas refletir a partir dos dados coletados para que fosse revelada a natureza dinâmica da relação existente entre a aparência e a essência do fenômeno.
Quanto aos instrumentos, deu-se preferência para entrevistas semi-estruturadas (que contém perguntas previamente formuladas), questionários, discussão de grupo. Conforme Minayo (1994) é por meio deste procedimento que  o pesquisador busca obter informações contidas na fala dos atores sociais. Ela não significa uma conversa despretensiosa e neutra, uma vez que se insere como meio de coleta dos fatos relatados pelos atores, enquanto sujeitos-objetos da pesquisa que vivenciam uma determinada realidade que está sendo focalizada.
Toda a análise de dados foi efetivada dentro de uma categoria de análise crítica, onde se buscou, junto aos teóricos, a postura que deve ser adotada pelo profissional deste século, ao atuar na modalidade EJA.  A abordagem qualitativa transcorreu mediante o trabalho de campo mediante os postulados  do materialismo histórico dialético para compreender a relação teoria e pratica em processo de transformação. 
 A aplicação da lógica dialética que vê o mundo material e social em um processo constante de movimento; O estudo diacrônico dos fenômenos que revela sua especificidade histórica; A crítica ou desconstrução das formas dos fenômenos existentes e de categorias analíticas que, ao procurar uma análise mais profunda que as aparências disponíveis ao senso comum, ajuda a revelar as relações sociais e econômicas essenciais para a existência de um fenômeno (RICHARDSON,1999:94)

Do ponto de vista socioeconômico, os estudantes da EJA da Escola Estadual Luiz Ribeiro de Lima, constituem-se em um grupo relativamente homogêneo. São provenientes das classes populares, vivem em situações economicamente precárias em que há necessidade de trabalhar para subsistência.
Quanto ao tipo de trabalho que exercem esses jovens e adultos, se caracterizam como  grupos heterogêneos são: donas de casa, empregadas domésticas, motoristas, balconistas, serviços gerais, funcionário público etc. E vale ressaltar que a maioria passou em algum momento pela escola, alguns apenas dias ou meses, outros cursaram algumas séries do ensino fundamental.
            No entanto, o tempo de escolarização nem sempre significa mais conhecimentos e facilidade para aprender. A heterogeneidade, neste aspecto, é também conseqüência de aprendizagens e experiências em diferentes contextos sociais, com seus conceitos, crenças, valores, atitudes e procedimentos, fato este que acaba por criar diferentes potenciais cognitivos.
As condições de vida dos alunos e a forma como  as práticas pedagógicas dos professores são desenvolvidas contribuem  para evasão escolar dos alunos da EJA. Este resultado são enfocados à luz dos teóricos propostos neste estudo. Sabe-se que os conhecimentos didáticos e pedagógicos devem ser dominados pelos professores, a fim de que estejam preparados para o exercício de suas funções; sendo muito importante que o docente desenvolva mecanismo que seja indispensável para a sua aceitação e bom desempenho profissional neste novo momento histórico.
Neste sentido, o professor enquanto agente socializador tem um papel fundamental, que é o de estimulador de novos valores. Diante disso para a implementação de uma educação não discriminatória, que segundo Jatobá (l999) deve ser prioridade para as instituições governamentais e não governamentais que atuam na área da educação de jovens e adultos - EJA - oferecer ao professor e aos demais profissionais da educação informações e instrumentos que os coloquem à altura desse desafio.
No entanto, ainda se observa um desinteresse por parte dos governantes, da própria sociedade e de muitos profissionais no processo de universalização da escolarização dos alunos da EJA, o que acaba fomentando para o desestímulo do aluno trabalhador, levando-o   à evasão escolar, como uma realidade nas escolas de Roraima e principalmente na Escola Estadual Luiz Ribeiro de Lima, onde funciona esta modalidade de ensino.
Neste sentido, propor como alternativa que a Escola e comunidade construam seu currículo de forma participativa e dinâmica, o qual tem hoje um grande desafio a conquistar, que é fazer com que aconteça o diálogo entre as disciplinas e entre as culturas interculturais de forte evidência em nosso Estado, que segundo Perrenoud, (2000:25)
[...] Na perspectiva de uma escola mais eficaz para todos, organizar e dirigir situações de aprendizagens deixou de ser uma maneira ao mesmo tempo banal e complicada de designar o que fazem espontaneamente todos os professores. Essa linguagem acentua a vontade de conceber situações didáticas ótimas, inclusive e principalmente para os alunos que não aprendem ouvindo lições. As situações assim concebidas distanciam-se dos exercícios clássicos, que apenas exigem a operacionalização de um procedimento conhecido. Permanecem úteis, mas não são mais o início e o fim do trabalho em aula, como tão pouco a aula magistral, limitadas a funções precisas. Organizar e dirigir situações de aprendizagem é manter um espaço justo para tais procedimentos. É, sobretudo, desprender energia e tempo e dispor das competências profissionais necessárias para imaginar e criar outros tipos de aprendizagem, que as didáticas contemporâneas encaram como situações amplas, abertas, carregadas de sentido e de regulação, as quais requerem um método de pesquisa, de identificação e de resolução de problemas.


Portanto, é exigido do professor  novos saberes, dentre eles: conhecer os conteúdos que irá ministrar; elaborar e criar objetivos de aprendizagem; trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos da aprendizagem; construir e planejar dispositivos e sequência didática; envolver os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento; trabalhar em equipe; participar da administração da escola; informar e envolver a comunidade em suas atividades pedagógicas; utilizar novas tecnologias; saber enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão; e por fim , ser capaz de administrar sua própria formação contínua.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A EJA deve considerar o diálogo pedagógico que Paulo Freire propõe e desenvolve, indo além de uma perspectiva pedagógica que possibilita uma reflexão dos oprimidos sobre a sua própria desumanização e, ao mesmo tempo, constrói o seu processo de recuperação da humanidade roubada. Tem-se um novo olhar sobre esses sujeitos. A preocupação não é apenas com a trajetória escolar, mas principalmente com as trajetórias pessoais e humanas, como homens, mulheres, indígenas e negros, do trabalho, da construção social.
A educação de jovens e adultos na escola Luiz Ribeiro de Lima, ocorre num cenário de desafios que exigem uma concepção de educação para além da escolarização formal. Ela exige novas fronteiras, pede uma educação baseada na construção do conhecimento, que aponte para a resolução de problemas, para a auto-aprendizagem, que insista na reflexão permanente sobre a prática. Uma educação para a vida, porta para a educação permanente.
Assim, a ressignificação da EJA no espaço público implica na transformação de práticas e do conjunto do sistema educativo. Neste sentido, algumas experiências significativas já vêm sendo ensaiadas e poderão trazer pistas para essa resignificação. São práticas que se desenvolvem em torno de eixos tais como: alfabetização e elevação da escolaridade, formação de educadores, educação e trabalho, educação no campo e institucionalização da EJA nas políticas públicas.
É preciso buscar na escola investigada a formação de educadores através das experiências, instrumentos teórico-metodológicos, para atuarem como intelectuais reflexivos que considerem suas experiências existenciais e profissionais, visando à ampliação do universo cultural, o engajamento do docente em processos de participação e o desenvolvimento de uma consciência holística.
As experiências com EJA e trabalho e as com a EJA no campo, tratam de escolarização, organização e politização dos diferentes segmentos da EJA, formação profissional e formação de educadores. Que advêm do pensamento de Paulo Freire, respeitando a história, os desejos e sonhos dos sujeitos, considerando as questões de gênero e geração, a diversidade sociocultural e regional das organizações envolvidas. Associam Educação de Jovens e Adultos à formação profissional, atendendo a demandas específicas dos trabalhadores, incluindo a necessidade de inserção no mercado de trabalho.
Os esforços da institucionalização da EJA  nas políticas públicas tendem a romper com a negatividade no campo da EJA frente à estrutura fechada de grades curriculares. Vale  ressaltar que a escola Luiz Ribeiro de Lima tem possibilidade de construir  o compromisso entre o educador e educando na valorização do trabalho pedagógico, na relação escola e comunidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica: Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999.

BRASIL - Constituição (1988) I. Oliveira, Juarez de. 1940 II; Título III. Série.

CARNEIRO, Moacir. LDB fácil: Leitura crítico-compreensiva artigo a artigo. Petrópolis, RJ:Voizes1998.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987
__________. Ação cultural para a liberdade. Ed. 10ª , São Paulo: Paz e Terra, 20002.

IRELAND, T. Perfil de país para iniciativa da UNESCO para alfabetização: "Saber para poder". Brasília, DF: MEC/SECAD/DEJA, 2005.

JATOBÁ, Ana Lúcia P. apud Salto para o futuro: educação de Jovens e Adultos. Escola Pública: Espaço de compromisso ético. MEC. Secretaria de EAD. 1999. p.90.

LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. São Paulo. Atlas. 2001.

MINAYO, Maria Cecília. Ciência saúde col. práticas de saúde. São Paulo: Hucitec/Abrasco, 1994.
___________ (Org). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 27ª. Petrópolis, RJ.: Vozes, 2002.

OLIVEIRA , Serra Elizabeth.  Movimentos sociais e educação popular no Brasil urbano Industrial.  ONG Centro de Estudos e Ação UFF. 2009

PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Trad. Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

RICHARDSON, Roberto Jarry, et al. Pesquisa social: Métodos e Técnicas. 3ª ed. São Paulo: Atlas. 1999.

UNESCO. (Documento preparado pelo Bureau Internacional de educação da UNESCO com base no documento 46/3 ED/BIE/CONFINTED. Genebra, 15 de abril de 2002 - original: Francês.


















[1]              Licenciado em Geografia pela UEPB, Analista Educacional e Professor de Geografia pelo Estado de Roraima.
[2]              Doutor em Ciências da Educação pela Universidade Autonoma de Assunção - UAA. Mestre em Ciências da Educação Superior pela Universidade Camino Cienfuegos - UCC. Licenciado em Letras pela Universidade Estadual do Ceará - UECE. Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Roraima - UFRR. Professor do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de Rroraima - IFRR.
[3]              Trata-se de uma articulação interinstitucional da qual participam movimentos sociais do campo, organizações governamentais e não-governamentais, com o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, da UNESCO, do UNICEF e da Universidade de Brasília, que em 1997 realizou a I Conferência Nacional Por uma Educação Básica no Campo, onde se esboçou a proposta do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA).       
[4]              O Brasil Alfabetizado visa alfabetizar cerca de 8 milhões de jovens e adultos no período 2003/2007, reduzindo em 50% o analfabetismo no país. Convênios proporcionam o repasse de recursos do MEC/FNDE para organismos governamentais e não-governamentais para que desenvolvam atividades de formação de alfabetizadores e de alfabetização de jovens e adultos em um período de seis a oito meses. Em 2004, o Programa firmou 382 convênios com secretarias estaduais e municipais de educação, organizações sociais e instituições de ensino superior, destinando R$ 167 milhões para que mais de 84 mil educadores alfabetizassem 1,7 milhão de inscritos (IRELAND, 2005).
               

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Coordenador de Comitê afirma que pleito em RR foi marcado pela compra de votos

Coordenador de Comitê afirma que pleito em RR foi marcado pela compra de votos



   Willame Sousa
O coordenador do Comitê Estadual de Combate à Corrupção Eleitoral, José Antônio Lima, afirmou que a entidade fez o que pôde para reprimir atos ilícitos neste pleito eleitoral. Embora considere que o trabalho desempenhado tenha sido satisfatório, ele disse estar decepcionado com as apreensões de dinheiro, que colocaram Roraima em destaque na mídia nacional, algo que evidenciaria a prática de compra de votos.

Lima foi um dos entrevistados do Agenda da Semana, programa apresentado nas manhãs de domingo pelo administrador Marcelo Nunes, na Rádio Folha (AM 1020). “Eu acreditava bastante que tínhamos evoluído, que os políticos iriam ter cautela e que o rigor da lei e a fiscalização iriam ser suficientes para coibir as práticas abusivas. Mas isto não ocorreu”, afirmou.



Mercadores da Democracia
Carlos Alberto Vieira Marques
O que o caro jornalista escreveu é fato, realmente aconteceu, aliás situações mais escabrosas contingenciaram as eleições em Roraima. Caso como o do acessor do então candidato a reeleição ao senado Romero Jucá, que aliás é lider do governo federal, em que ao ser perseguido pela Polícia Federal lança pela janela do carro 100 mil reais. A famosa compra das placas, o procedimento era o seguinte: Os correligionários da Coligação do governador eleito chegavam em uma casa que tivesse a placa com a foto do seu adversário e negociava a troca das placas pro uma determinada quantia em reais. A coisa chegou a tal ponto que, ao ouvir uma notícia distorcida de que o oponente do Anchieta seria cassado, uma funcionária detentora de um cargo de confiança exclamou: "Ótimo sendo assim o Anchieta não precisa mais gastar dinheiro". Nós somos o menor colégio eleitoral do Brasil, possuímos o menor parque industrial, aliás não temos indústrias, temos um contingente populacional que gira em torno de 400 mil habitantes distribuídos nos quinze municípios do estado de Roraima, no entanto, foi aqui que a Polícia Federal mais aprendeu dinheiro, que certamente seriam usados na compra de votos. Todo esforço feito pela Polícia Federal não foi suficiente para barrar os mercadores da democracia. A tal globalização ainda não chegou em Roraima.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Serra critica governo Lula e é interrompido por manifestante em palestra na França

Serra critica governo Lula e é interrompido por manifestante em palestra na França

 Matéria publicada na Folha de São Paulo em 05 de Novembro de 2010
DA EFE
O candidato derrotado à Presidência, José Serra (PSDB), acusou o presidente Lula de desindustrializar o país e adotar um "populismo" de direita em matéria econômica.
O comentário do tucano foi feito ontem durante um seminário em Biarritz, sul da França, sobre as relações entre a América Latina e União Europeia.
O ex-governador de São Paulo afirmou que o país está "fechado para o exterior" porque passa por um "processo claro de desindustrialização". Ele criticou os investimentos do governo federal e a alta carga tributária do país.
"É um governo populista de direita na área econômica", atacou Serra. Para o tucano, o presidente Lula exerce um "populismo cambial" e não tem um modelo econômico definido.
Segundo Serra, ele não pôde expor essas ideias do jeito que gostaria durante a campanha eleitoral, na qual foi derrotado pela candidata governista, Dilma Rousseff (PT).
"A democracia não é apenas ganhar as eleições, é governar democraticamente", disse.
O sistema de orçamento participativo, uma das marcas das administrações municipais do PT, na qual o contribuinte decide sobre a destinação de parte dos impostos, também foi criticado pelo candidato derrotado.
Serra também comentou as ações brasileiras na política externa. Ele acusou o país de se "unir a ditaduras como o Irã". Nesse momento, o tucano foi interrompido por um membro da Fundação Zapata, do México, que gritou "por que não te calas?", provocando um alvoroço na sala.
A frase se tornou conhecida depois de o rei Juan Carlos, da Espanha, dirigi-la ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante a Cúpula do Chile, em 2008.


Comentários
Professor Carlos Alberto Vieira Marques
O senhor Serra ao coligar-se com o DEM, cometeu uma grande equívoco, não sabia ele que se o DEM fosse uma árvore não daria sombra nem encosto. Ainda no arròbo das emoções das eleições sai mundo afora a discursar sem saber o que diz. Alguém deveria ter dito a esse senhor que essa não é a hora e que o mundo está globalizado, na França ou em qualquer lugar do planeta as pessoas sabem da importância do Lula e, certamente saberão quem é a Dilma. Ainda mais agora que a França passa por um momento fervoroso e conflitante entre vários setores da sociedade e o governo. Senhor Serra, onde estão os seus verdadeiros amigos que lhes deixam fazer essas coisas. Ou qual é o seu objetivo será que tua lógico é de quanto pió melhor? Se assim for estás negando tua brasilidade.
Quando o senhor em seu malfadado discurso acusa Lula e o PT de direita brasileira passa um apagador na história recente desse país e esquece que aquele que esteve ao seu lado durante toda na campanha eleitoral de 2010, completando sua chapa como vice é a representação fiel da extrema direita que governou esse país até a chegada de Lula.
REMEMORANDO:
MILITARES+ARENA+PDS+PFL+DEM:EXTREMA DIREITA

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A Lei do Silêncio Impera em Roraima

Carlos Alberto Vieira Marques
Licenciado pela Universidade Estadual da Paraíba-UEPB/Geografia
Pós Graduado em Educação de Jovens e Adultos pelo Instituto Federal de Educação de Roraima-IFRR.


Em plena era tecnológica o governo do estado de Roraima desliga todos os contatos telefônicos das escolas estaduais, incluindo aí, o corte de comunicação que havia com a internet a rádio e banda larga. Certamente seus bedéis não deixaram de usufruir dessas novas tecnologias enclausuradas em seus gabinetes climatizados.
A educação na ótica desse governo seguramente apresenta-se como uma despesa e não como um investimento, não obstante ela assuma um caráter libertador que em longo prazo pode significar uma ameaça para os detentores do poder.
Os homens que decidem e não fazem à educação de Roraima, lançam sorte sobre ela quando fatiam entre si as direções das escolas e dos núcleos ligados a esta instituição. São feitos verdadeiros lotes, feitorias que nos remetem ao Brasil colônia à época das capitanias hereditárias. Não menos grave é saber que os feitores, os capitães que se apossam desses lotes “escolas”, processo oriundo de transações políticas promíscuas não entende em absoluto das questões ligadas à educação, sela ela no âmbito pedagógico ou da legislação de ensino. Desencadeia-se então, um processo de regressão feudal que tem seu desaguadouro na ponta de todo esse sistema que é a escola, pois para lá são enviados subfeitores “diretores de escolas”, que por sua vez, são especialistas em bajular seus chefes imediatos, em sempre ficarem do lado do aluno e da família deste, mesmo que a razão não esteja com eles, são ótimos no quesito publicidade ao abandonarem a escola na época das eleições para desfraldarem bandeiras de seu senhor feudal.
O que falta a essa gente é o mínimo conhecimento de pedagogia, de didática, de legislação de ensino, de ética e acima de tudo de amor próprio.
Aguarda-se que o iluminismo também ocorra aqui de alguma forma, que o renascimento descubra as terras de Macunaíma nos livrando desse tenebroso período hoje vivenciado pela educação de Roraima. 

Como Transformar Informação em Conhecimento?

Carlos Alberto Vieira Marques
Licenciado pela Universidade Estadual da Paraíba-UEPB/Geografia
Pós Graduado em Educação de Jovens e Adultos pelo Instituto Federal de Educação de Roraima-IFRR.


As novas tecnologias estão cada vez mais ligadas aos jovens, e estes por sua vez, cada vez mais atraídos pelos fascínios e facilidades que lhes são ofertadas pela com o advento da tecnologia.
A dinâmica que é um processo inerente ao ser humano e aquilo que por ele é produzido tem se mostrado acelerada em relação à nova linguagem usada pelos jovens internautas. A questão é que esse dinamismo transgride o processo natural de mudança na língua. O surgimento dessa nova linguagem com códigos, símbolos, senhas tem ofuscado a luz da língua portuguesa que paulatinamente está sendo substituída por essa nova expressão oral e escrita sem regras definidas oficialmente.
Junto com essa nova forma de se comunicar temos uma grande carga de informação que instantaneamente é veiculada na internet preenchendo vazios em pessoas das mais variadas idades, e aí, não há distinção de faixa etária no quesito informação, porém toda ela não pode ser considerada proveitosa ou eficiente, caracterizando-se assim como um instrumento bastante duvidoso na formação da personalidade dos jovens, na construção do seu inteléctuo e até, mesmo no seu processo de humanização.
A internet e seus ingredientes assumem em linhas gerais papéis antagônicos, porque na mesma medida que aproxima as pessoas às distanciam, com o mesmo ímpeto que edifica com as informações e conteúdos que veicula, destrói, desvirtua e denigre a imagem das pessoas.
Hoje nas escolas vive-se uma situação inusitada, onde a grande maioria dos profissionais em educação não domina minimamente a informática e ainda resistem a todo custo lhes dar importância.
Enquanto isso, os alunos encontram-se “plugados”, “logados”. Configura-se assim, um quadro dispare no tocante ao processo de ensino da conjuntura atual. Não bastasse o choque cultural, de gerações, que são comuns numa sala de aula, mesmo do advento da informática, agora temos um aluno dominador de uma nova tecnologia, com uma carga de informação substanciosa, com uma forma de escrever, falar, agir, pensar enfim de ser. Ao passo que temos um professor taciturno perante o aluno, que de quando em vez se nega a aceitar o óbvio, apossando-se do celular do aluno, retendo seu notebook e, no uso de sua autoridade afirma: na minha aula não, na minha sala nada disso será permitido. É como nadar contra a correnteza. É isso, tecnologia chegou para ficar, não é o aluno que deve retroagir a um processo de regressão feudal, mas, sim essa nova geração de educadores repensarem uma nova forma de preparar e ministrar suas aulas. Aliás, cabe a esse novo educador, a tarefa de poder transformar informação em conhecimento, tudo isso em comunhão com o seu aluno.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO


A Evolução da Educação

Antigamente  se ensinava e cobrava tabuada, caligrafia, redação,
datilografia...

Havia aulas de Educação Física, Moral e Cívica, Práticas Agrícolas,
Práticas Industriais e cantava-se o Hino Nacional, hasteando a
Bandeira Nacional antes de iniciar as aulas..


Leiam relato de uma Professora de Matemática:


Semana passada comprei um produto que custou R$15,80. Dei à balconista
R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber
ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para
a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.

Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não se
convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos
olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente
continuava sem entender. Por que estou contando isso?

Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que
foi assim:

1. Ensino de matemática em 1950:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de
produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção
é igual a 4/5 do preço de venda ou R$80,00. Qual é o lucro?

3. Ensino de matemática em 1980:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de
produção é R$80,00. Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção
é R$80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:

( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

5. Ensino de matemática em 2000:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de
produção é R$80,00. O lucro é de R$ 20,00.

Está certo?

( )SIM ( ) NÃO

6. Ensino de matemática em 2009:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção
é R$ 80,00.Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00.
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

7. Em 2010 vai ser assim:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção
é R$ 80,00. Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00. (Se você é
afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria
social não precisa responder)
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

E se um moleque resolve pichar a sala de aula e a professora faz com
que ele pinte a sala novamente, os pais ficam enfurecidos pois a
professora provocou traumas na criança.

Em 1969 os Pais do aluno perguntavam ao "aluno": "Que notas são estas...????

Em 2009 os Pais do aluno perguntam ao "professor": "Que notas são
estas...????

Essa pergunta foi vencedora em um congresso sobre vida sustentável.

"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos...

Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"


Passe adiante!


Precisamos começar  JÁ!

Uma criança que aprende o respeito e a honra dentro de casa
e recebe o exemplo vindo de seus pais, torna-se um adulto comprometido
em todos os aspectos, inclusive em respeitar o planeta onde vive...